Eu só queria ver o mar.
E o oceano me dragou pra dentro de sua imensidão
De forma misteriosa e assustadora.
Vi-me dentro de sua imensidão, de sua complexidade
E me assustei ao admirá-lo por dentro.
No instante seguinte já era seu prisioneiro
Preso em meu próprio sonho
Enredado pela ilusões que inventei
Tal como um louco que se descobre louco
E prefere continuar em sua loucura por misericórdia
O chão seco, outrora monótono e carcereiro
Parece-me agora tão distante
Como se pertencesse a uma outra vida
E tão cheio dessa mesma vida, completo
Que me assusto mais uma vez
Ao lembrar de minha felicidade e sentir minha tristeza
Na frieza desta vastidão aquática
Nada me faz companhia. Nem a água. Nem a vida.
Não era isso o que eu queria. Só queria ver o mar
E o oceano me dragou pra dentro de sua imensidão
Tornei-me prisioneiro de minha liberdade.
Muito bom, sem palavras!
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