quinta-feira, 1 de abril de 2010

Aceitação

O que realmente sou?
Pura matéria pútrida, fétida e fudida.
Seria isso mesmo, uma negação de existência!
Egoísta por natureza, já nasci deste tamanho, sem tirar nem pôr.
Profundissimamente néscio.
Eu mesmo pegarei a tesoura e me cortarei. Em fiapos, em trapos.
Posso sobreviver a mim mesmo? Difícil.
Não sou meramente suportável.
Quantos já matei ou feri mortalmente? Aleijei...
Não existe punição maior para os meus crimes,
Minha vida é a própria sentença.
Por derradeiro que pareça, me alivia a certeza do fim próximo.
Saber que sou apenas um, e esse mundo é grande, tão grande...
Incrível como tanto amor pode transformar-se em raiva, rancor, ódio.
Isso é próprio de nossa raça subdesenvolvida e involuída.
O que posso fazer...
Creio que acabar com esses versos já estaria de bom tamanho.

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