sábado, 29 de janeiro de 2011

Poema de quatro faces

Já não passo um dia sem pensar em você
Já passo um, dois, três e quatro
E em todos esses dias lembro-me que já te esqueci
Retiro pelo menos quatro minutos para esse ritual

Lembro-me de quatro crepúsculos que perdemos
Lembro-me de quatro alvoradas que não esperamos
Lembro-me de quatro palavras não ditas

Enfim, lembro-me de quatro pares de coisas
Lembro de quatro em quatro dias
Às quatro da manhã ou às quatro da noite

Quatro dias anuais por mês
Quatro meses diários por ano
Vivendo quatro por mais quatro
Sobrevivendo de quatro em quatro

24º

Da vida... De tudo um pouco!
Engula a casca e deguste o recheio
Nunca parta nada ao meio
Não se finja, apenas seja o louco.

O tempo não existe
Só existe o espaço e o que ele contém
E sempre caminhamos para o além
Para longe de tudo o que insiste

Um pouco de recheio é meio louco
Porque o além que me contém existe e insiste
Incapaz de matar-me ou de amar-me

Será que existe um louco capaz de amar-me?

Pulando a janela

A poesia que corre em tuas veias
É a mesma que seca minh’alma
Da vida já tirei os 9 e ainda sobram uns 4.

Sem qualquer resto de inspiração, começo a ficar obtuso
Convexo. Tranparente...
Já não me servem janelas, nem alcunhas
Pois, simplesmente, não existo mais.

Me consumi em um suspiro lento e relaxante
Imoral, prazeroso. Um suspiro final
De simples aceitação ante o fim irascível.

Quando voltei da road trip você não estava mais aqui
Muito menos o seu sorriso
Devo ir agora.

O prazer poderia ter sido meu
Mas nunca senti coisa alguma