sábado, 28 de agosto de 2010

Dor de outrora


Essas reflexões foram escritas pelo meu querido amigo Carlos Henrique, colega de trabalho e parceiro de viagens filosóficas, especialmente para o blog do Visconde. Apreciem!

Agora sei que a dor sentida neste instante é a mesma de outrora, talvez seja preciso apenas uma canção para transformar esta pedra de amargura numa salgada lagoa de prantos. Poderia parafrasear alguns poetas dizendo que “o homem com uma dor é muito mais elegante”, mas que elegância existe em alguém que anda cabisbaixo? Que elegância existe em alguém que não consegue encarar a própria dor? É meus caros poetas! Vocês sim sabiam o que estavam dizendo, o homem é capaz de sentir uma dor insuportável que até seria bem vinda se fosse apenas uma dor física, mas não, essa dor sentida pelo homem ultrapassa até mesmo o sofrimento físico, isso é o que chamamos de sofrimento da alma. Será o mau do século? Arriscaria dizer que é o mau de todos os séculos. O homem parece ser uma criatura odiada pela natureza, porque temos que sentir tudo o que sentimos? Seriamos criaturas mais felizes se apenas vivêssemos, mas não, a natureza nos deu o dom/maldição de existir, e cá estamos numa existência regrada a doses cavalares de ressentimento, angustia, sofrimento e perseguindo constantemente aquilo que um dia foi chamado felicidade. O que posso fazer com esse pequeno e fulgás presente da natureza? Não quero encontrá-la e descobrir que alcancei apenas o rastro da tal felicidade, dá-me luz ó deus dos deuses, dá-me luz.

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